Ontem, depois de longo tempo, me vi envolvido com a Internet
em uma certa rede social. Dela extrai “algo de mais”. Vi que muitos estavam a
falar sobre um assunto muito em voga nesses dias: a corrupção. Percebi a
postagem da foto de um Ministro do STF com a faixa da Presidência da República
e epigrafado o seguinte: nesse eu voto
para presidente.
Fiquei preocupado e ao mesmo tempo feliz em saber que um
jurista de renome nacional pode ser escolhido para a Presidência da República,
nesse tupiniquim país tropical.
Mas nada me deixou mais preocupado com o mesmo pensamento. Será
que um jurista seria a solução para o nosso moreno território? Explico.
O problema da corrupção nesse país está na figura central
dos chefes e, principalmente, muito além deles, nas figuras que cercam esses
chefes.
A omissão dos chefes é uma das maiores causas de corrupção
nos cofres do Estado. Não saber de nada é o que dizem. Quando pegam um
subordinado com o dinheiro na cueca a desculpa é logo essa: foi ele, foi ele
sim, e eu estava em viagem para bem longe do local do crime. Enfim, não sei ao
certo ou se estou certo, mas nunca nesse país se viu tanto descaso com a vida
do brasileiro (morre mais gente no Brasil em um dia normal do que em uma guerra
qualquer) num verdadeiro genocídio estruturado pela incompetência
governamental; nunca se passou tanto ao largo da honestidade do que hoje em
dia. Nem me fale da melhor vantagem, ou maior vantagem que se levam em negociar
com o Poder Público.
O Ministério Público, entidade que hoje representa a
honestidade e retidão, se vê louco para tentar estancar a roubalheira
institucionalizada; o Judiciário, atravancado de recursos protelatórios e
Juízes lentos, se vê abarrotado de processos que nunca chegam ao fim; o
Legislativo, meio que acéfalo, tenta se segurar, mas nunca consegue chegar a um
denominador comum, abandona no meio das investigações, se interessar para a
próxima eleição e o Executivo, atabalhoado de gente, urge e agoniza na falta de
organização de suas estruturas, por uma questão de estratégia deixa assim que é
melhor do que pior, motivo para uma maior corrupção, e por ai vai indo chegando
até às nossas instituições que estando sendo vilipendiadas e abrigadas pelo
cinismo e omissão de seus componentes, mas grassa a corrupção das cabeças aos
pés.
Enfim, o que é bom pra você pode não ser bom pra mim, mas não
tenho escolha, devo escolher o que deve ser bom pra nós.
Confesso: tá difícil.
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