Interessante o tempo. Quando tudo
parecia novo, vital, cheio de gás, o carnaval era esperado como se fosse acabar
no outro dia que começou. Depois o tempo passou e o carnaval
meio que perdeu aquele ânimo e começou a ficar envelhecido. Parece que ficou
amarelo. Na verdade o carnaval é o mesmo. Ficamos
amarelo pelo tempo e pela responsabilidade de não ter como sair da
responsabilidade.
Hoje o carnaval é o tempo
esquecido. Nunca percebemos o tempo chegar. É como na canção Hier Encore, de
Charles Aznavour, “Ontem ainda eu tinha
vinte anos; Mas perdi meu tempo a cometer loucuras; Que não me deixa, no fundo
nada e realmente concreto; Além de algumas rugas na fronte e o medo do tédio; Porque
meus amores morreram antes de existir; Meus amigos partiram e não mais
retornarão; Por minha culpa eu criei o vazio em torno a mim; E gastei minha
vida e meus anos de juventude; Do melhor e do pior descartando o melhor; Imobilizei
meus sorrisos e congelei meus choros; Onde estão agora, meus vinte anos?”
É isso. Onde estão agora meus vinte
anos? Em qual carnaval ficou?
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